O Noroeste Ibérico na Época Medieval

409 - 585: Os Suevos no noroeste da Ibéria


740 - 1037: Das Astúrias à Galiza e Portucale

1037 - 1112: Os Franceses e o Conde D. Henrique de Borgonha


1128: Os Nobres da Fundação e a Batalha de São Mamede

(Pretende-se aqui apresentar uma lista dos pricipais fidalgos que participaram na batalha de São Mamede ao lado de D. Afonso Henriques. Esta listagem não é de todo exaustiva pois não existe uma listagem completa, e confiável, dos mesmos. Entre parentesis estão as datas em que se encontram documentos que confirmam a vida de cada indivíduo.)


Na batalha de São Mamede defrontam-se os exércitos do conde Fernão Peres de Trava e o dos barões portucalenses. Estes últimos quando venceram Fernão Peres pretendiam apenas obriga-lo a ceder o governo do condado portucalense ao príncipe herdeiro.

A intervenção dos barões portucalenses, liderada pelos senhores de Sousa e de Ribadouro, resultava de um longo percurso, ao longo do qual as linhagens de Entre Douro e Minho tinham solidificado o poder que exerciam na região. Pretendiam, como desde o tempo da condessa Mumadona Dias ocupar um lugar que não estivesse subordinado a ninguém, a não ser uma autoridade local em serviço dos seus interesses. O jovem herdeiro do condado servia exactamente a essa pretensão. Após a vitória Afonso Henriques tomou a autoridade com todo o vigor.

Afonso VII de Leão, ocupado com as vicissitudes da política leonesa, não atribui importância a esta mudança de poder no condado, e limita-se a aceitar o preito de fidelidade de D. Afonso Henriques em 1137. Porque isso contribuia para engrandecer o prestígio do imperador Afonso VII, a chancelaria leonesa não hesita em atribuir o título de rei ao príncipe portugues. Podia assim Afonso VII afirmar a sua condição de imperador, o qual tem reis por vassalos.

Em 1143 o rei de Portugal dirige-se ao Papa, numa carta, declarando que faz homenagem à Sé Apostólica como miles de São Pedro, obrigando-se a pagar o censo anual de quatro onças de ouro, sob a condição de o Papa defender a honra e a dignidade dele e da sua «terra». Declarou ainda que não reconhecia a autoridade de nenhum outro poder eclesiástico ou secular. Com esta carta D. Afonso Henriques oficializava a independência de Portugal

Não se conhece nenhuma reacção do imperador Afonso VII até 1148. Quer desconhece-se a vassalagem à Santa Sé, quer não acreditasse nas suas consequências práticas, não parece ter-se incomodado com ela. Apenas quando D. Afonso Henriques, após a conquista de Lisboa, procede à restauração das sés de Lisboa, Viseu e Lamego, sagradas pelos arcebispo de Braga, o imperador se deu conta de que o acto tinha consequências graves. No entanto demasiado ocupado com a reconquista e com a evolução das suas relações com os reinos de Navarra e Aragão, não parece ter procurado recuperar a autoridade sobre Portugal.

Genealogia de D. Afonso Henriques


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© Eduardo de Vasconcelos, 1997 edvasc@clix.pt